Designer solitário — Liberdade ou solidão?

Lucas Toledo
3 min readFeb 22, 2021
https://twitter.com/wtfmaid4/status/1284276553124392961

Como tudo na vida, ser o único designer de uma empresa, tem seus prós e contras.

Em todos esses anos trabalhando como designer, passei por diversas empresas, de tamanhos e metodologias de trabalho diferentes. Tudo começou lá atrás, no meu 1º ano de faculdade, consegui meu primeiro estágio como designer no Jornal de Cidade de Bauru.

Vencendo a timidez

Eu era muito tímido! No meu primeiro dia de trabalho, quando cheguei e vi aquela galera trabalhando e conversando, quase desisti. Mas com o tempo fui ganhando espaço, conhecendo os colegas de trabalho (5 designers e 1 ilustrador) e ganhando a confiança do meu líder para pegar projetos grandes.

Foi nessa época que comecei a desenvolver minhas habilidades de comunicação interpessoal: aprendi a conversar, entender e escutar quem tinha mais experiência na área, colhi referências, estudei e consequentemente desenvolvi meu lado pessoal e consegui perder a timidez.

Essa equipe de trabalho fez toda a diferença na minha vida profissional: trabalhei lá por 4 anos, aprendi muito e tenho amigos daquela época até hoje. Talvez, se eu tivesse começado minha carreira como designer solitário, não teria a facilidade de interagir com as pessoas como tenho hoje.

Procurando novas oportunidades

Após a graduação no curso de Design comecei a procurar novas empresas para trabalhar e depois de alguns testes passei no processo seletivo de uma agência de publicidade, muito bom né? #sqn.

No meu primeiro dia de trabalho, assim que cheguei à agência, descobri que tinha uma sala enorme, só pra mim!

Pois é, eu não pesquisei a respeito da empresa e estava tão empolgado que só aceitei. Fiquei bem confuso e triste por não ter mais a companhia de outros designers para conversar, compartilhar projetos, discutir sobre novas tendências ou apenas tomar um café jogando conversa fora. Mas fui aprendendo a trabalhar dessa forma e busquei conhecimento e referências na internet, entrei em alguns grupos virtuais de design, publicava meus projetos e continuei mantendo contato com os amigos.

Foi uma experiência boa, mas a saudade da galera e do happy hour ainda era maior, então acabei saindo :)

E hoje? Depois dessas experiências, o que é melhor?

Hoje meu principal trabalho é em uma empresa grande, na qual, atualmente sou o único designer, então acabo fazendo de tudo um pouco, UI, UX e até uns códigos HTML/CSS.

Gosto dessa versatilidade e assim consigo sempre manter meus conhecimentos atualizados, mas também sinto falta de conseguir me especializar em algo. Porém, tento sempre manter contato com gente da área, compartilhar conhecimento, pedir feedback e participar de workshops online.

Outro ponto importante é que hoje trabalho remotamente e, com a pandemia, os acessos a conteúdos e profissionais de forma remota cresceu bastante. No momento atual, isso ajuda bastante e a solidão fica apenas na hora da reunião quando as pessoas precisam “perguntar pro designer".

Resumindo…

A solidão na profissão também pode ser uma liberdade para poder criar e desenhar propostas novas sem interferência, mas, no final alguém sempre vai ter que aprovar seu layout, seja o cliente final, um gerente de projeto ou um líder.

Todas as formas de trabalho tem seu lado positivo e negativo. O mais importante é tirar proveito disso, tentar absorver tudo de bom para sua carreira e nunca deixar de aprender, seja com profissionais próximos ou em grupos de discussão na internet.

Esse foi meu primeiro texto publicado na internet, agradeço a minha irmã Livia Evangelista pela revisão no texto.

Feedbacks são sempre bem-vindos :)

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Lucas Toledo

Formado em Design, com mais de 10 anos de experiência na área. Trabalhando com Interface (UI), Usabilidade (UX), e Códigos (CSS/HTML/Wordpress)